domingo, 11 de dezembro de 2011

3 Práticas Medicinais Assustadoramente Bizarras

Se preparem meu povo, pq esse texto é IMENSO, mas creiam em mim quando eu digo que REALMENTE vale a pena ler. Copiei tirei esse texto do Hoje é um Bom Dia pq gostei muito do jeito como ele fala sobre esse tema, tanto que na Lobotomia eu já estava bolando de rir, o que fez com que minha mãe me olhasse com o olhar básico de "essa menina tem problemas". Mas, ok, se ela visse alguns desenhos que eu ando desenhando aí SIM eu me preocuparia (para os mentes sujas de plantão, eu ando desenhando gatos zumbis e não as coisas estranhas que eu nem quero pensar que vocês pensaram) Enfim, Rafis, vc é a única que está de férias (por enquanto) então divirta-se lendo esse texto imenso :D (Te "lovu" viu miga?)

 Trepanação



Na Idade Média, entrou em moda o princípio médico de “equilíbrio corporal”. Qualquer tipo de perturbação na sua saúde era indício de algum tipo de desequilíbrio nos seus “fluidos” (pra medicina medieval, tudo era “fluidos”), e o trabalho dos médicos da época era re-equilibrar seu sistema.

Impressionante que uma teoria que soa tão científica (e que tenha algum embasamento, como explicarei depois) tenha dado origem a técnicas tão absurdamente retardadas. Sabe quando um colega da sua turma de Álgebra claramente entende a proposta de um exercício matemático, mas fode completamente os cálculos e chega a um resultado que faz você olhar pra ele e se perguntar o que diabos ele está fazendo numa faculdade? Então, essencialmente isso é a teoria por trás da trepanação. A técnica, que na verdade é uma dos mais antigos procedimentos cirúrgicos da história, consiste em fazer um grande buraco no seu crânio – grande o suficiente pra que o osso não seja capaz de se reconstituir e você fique passeando por aí com um buraco na cabeça. Ou seja, estamos usando um significado bem liberal pro termo “procedimento cirúrgico”.

 A idéia é que alguns distúrbios mentais (e alguns outros que não tinham nada a ver com o seu cérebro) eram causados por um desequilíbrio na sua pressão craniana. Então, pra resolver o problema, bastava arrumar alguém que estivesse disposto a abrir um rombo na sua cachola. E assim você estaria curado do seu resfriado. Lembre-se, nego tava apelando pra arrebentar cabeças alheias na mesma época em que se acreditava que “maus espíritos” provocavam moléstias. Não preciso nem explicar o absurdo da idéia. Não que a técnica seja absolutamente inválida – em alguns casos de traumatismo craniano, fluido cerebroespinal se acumula no crânio e aplica uma pressão que pode causar sequelas permanentes. Nesses casos (e só depois de analisar todas as outras opções), um competente cirgurgião coloca o maluco em anestesia geral e abre um pequeno orifício na cabeça do infeliz pra aliviar essa pressão. Ou seja, é uma operação cuidadosa que, além de só ser executada em última instância, é conduzida com a maior das cautelas. E enquanto o paciente estava sob anestesia, um luxo que os infelizes da Idade Média não tinham. Agora compare com a imagem lá de acima que eu arrumei no Google. Me diz se não dá até pra imaginar que o maluco da figura mal tinha acabado de dizer “Nossa Senhora, que terrível inflamação de garganta me abateu hoje” pros outros dois já sairem catando no chão qualquer instrumento mais ou menos afiado pra arrebentar a cabeça do coitado. A comunidade médica em geral abandonou a trepanação como método de curar doenças há alguns séculos, mas a técnica não está totalmente morta. Nos últimos anos, a turminha que é chegada nessa onda de viagens produzidas por alucinógenos inventou uma complexa pseudo-ciência que prega que trepanação serve como um método de atingir o nirvana, ou alguma coisa assim, o que confirma o velho adágio popular que profetiza que “existe doido pra tudo nesse mundo”.

Sangria


Sangria, conhecida em inglês como “bloodletting” caso você tenha vontade de pesquisar sobre a parada, é mais uma maluquice medicinal da escola de pensamento que pregava que problemas de saúde eram produzidos por algum tipo de desequilíbrio corporal.
Um grego chamado Erasistratus formulou o conceito de plethoras, ou seja, doenças provocadas pelo excesso de substâncias. E que substâncias seriam essa, você me pergunta? Bem, a idéia era inspirada nos conceitos alquimistas que explicavam que tudo no mundo era composto por quatro elementos – água, fogo, terra e ar. Da mesma forma, tudo no seu corpo deveria estar associado a quatro elementos. No caso, eles seriam sangue, muco, bile preta e bile amarela. E seja lá qual seja a doença, existem grandes chances de que ela está sendo provocada porque você tem sangue demais no seu corpo.
E havia duas formas de balancear o volume do seu sangue – o “médico” te dava alguma coisa pra induzir vômito, tornando assim sua corrente sanguínea mais concentrada (a lógica é que vomitar reduziria o nível de outros fluidos no seu corpo, fazendo do sangue o fluido predominante), ou fazer buraquinhos no seu braço e observar o sangue indo embora.
Nos dias de hoje, você faria o máximo pra evitar ser furado por aí à toa. Há alguns séculos atrás, era o tratamento mais padrão que existia. Inventou-se até um elaborado sistema pra determinar exatamente QUANTO sangue deveria ser tirado, e levava-se tudo em consideração: sua idade, seu peso, altura, a região onde você morava, que time você torcia, os últimos cinco dígitos do seu perfil no orkut, sei lá mais o que.
A parada ficou ainda mais sofisticada com o tempo, quando decidiram que remover sangue de diferentes partes do seu corpo produziria resultados em locais diferentes. Tirar sangue da mão resolveria sua calvície; tirar sangue da orelha consertaria sua impotência. Aí decidiram que não precisava nem ficar doente pra apelar pra sangria – começou-se a furar os outros como meio de vacina contra certas doenças. Quanto pior a doença, mais sangue era necessário arrancar do infeliz, e pra piorar as coisas, a tontura que resultava do procedimento era sinal de que a técnica estava dando efeitos satisfatórios. E pra tornar a parada ainda mais putariosa, começaram a empregar sanguessugas pra chupar o fluido vital da galera. A procedência dos parasitas não poderia ser mais duvidosa, e o risco de infecção era mais ou menos 98%.
Se você tem alguma idéia de como funciona o corpo humano deve ter concluído que muita gente morreu no meio da sua sangria mensal. A desculpa era praticamente embutida – a doença estava num estágio avançado e ceifou a vida do paciente antes que a técnica pudesse fazer efeito. Na minha terra isso se chama “gaiatice”.

Lobotomia

Dê uma olhadinha nessa foto ao lado. Se você precisava de alguma prova definitiva de que a confiança que médicos inspiram em leigos é ao mesmo tempo impressionante e assustadora, aí está ela em conveniente formato jpg. Em 1890 um méd… um psicopata chamado Friederich Golz teorizou que a melhor forma de mudar o comportamento de um indivíduo seria DESTRUIR PARTES DO CÉREBRO EM QUE TAL COMPORTAMENTO ESTIVESSE LOCALIZADO. Após chegar a essa brilhante conclusão, maluco nem perdeu tempo – afiou suas faquinhas e experimentou o procedimento no próprio cachorro. Naturalmente, o pobre cachorro ficou totalmente sequelado, o que Golz interpretou como sucesso total. Ora, quem pode culpá-lo? O cara queria reduzir o comportamento agressivo do cachorro, e após a cirurgia tudo que o totó faz é deitar na frente da casa por horas a fio, sem se mexer, com os olhos fixos em posições diferentes. Tecnicamente falando, a experiência foi um sucesso.
Demorou mais ou menos quarenta segundos pra que alguém decidisse que o procedimento deveria ser experimentada em humanos. Gottlieb Burkhardt, o chefe de um hospício suíço, ouviu sobre a maravilhosa proeza do outro maluco e resolveu experimentar em seis esquizofrênicos que ele tinha sobrando em seu hospício. Aparentemente o Burkhardt fez uma cagadeira ainda maior que a do Golz, já que aquele ao menos teve uma taxa de 100% de sobrevivência naquela sua primeira lobotomia no cachorro. No caso dos esquizofrênicos, bem, digamos que depois desse dia Burkhardt passou a ter apenas quatro esquizofrênicos sobrando.
Ao invés de identificar a técnica como o estraçalhamento totalmente irresponsável do mais importante órgão humano e bani-la pra todo o sempre, a comunidade médica do comecinho do século XX continuou a namorar a idéia de resolver problemas comportamentais através da técnica de fazer purê com os miolos de seus pacientes. Foi finalmente um médico português chamado Egas Moniz (que coincidentemente tem o sobrenome de uma das minhas chefes, que de fato é descendente de portugueses. Perguntarei à mulé se ela tem algum bisavô chamado Egas) que “aperfeiçoou” a técnica. Moniz percebeu que esculhambar o cérebro de um indivíduo de fato foderia com a pessoa, então o que ele tinha que fazer é estraçalhar apenas algumas conexões nervosas isoladas, e não pedaços inteiros do cérebro. O sujeito acabou eventualmente ganhando um prêmio Nobel por causa disso, e se isso não é uma lição assustadora de quão enganada a comunidade científica pode estar a respeito de alguma coisa, nada mais é. Enquanto isso continuamos tomando prozac, tylenol, vacinas variadas, viagra, advil e outros trocentos tantos medicamentos ou tratamentos que utilizamos baseados exclusivamente na confiança do que a indústria médica diz pra gente.
Não sei você, mas se eu tivesse um amigo que insiste em me oferecer sucos que mais tarde se revelam não ser exatamente sucos e sim água misturada com veneno… da próxima vez que ele viesse com um copo na mão, eu enfiaria um soco no meio do bucho do cidadão.

25 comentários:

  1. kkk adorei seu jeito de abordagem no assunto, bem divertido de ler

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  2. também curti a abordagem descompromissada! Continue com o blog, favoritarei.

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  3. Então você acha que toma medicamentos baseado no que a "indústria médica" diz pra você. Ok, acho que só esta frase já é autoexplicativa. A medicina de antigamente era um tanto xamânica e se baseava em opiniões de especialistas. A medicina atual, por outro lado, é baseada em evidências epidemiológicas. Para que você entenda, se o seu médico te prescreve um determinado antibiótico, ele o faz baseado em milhares de indivíduos que usaram o mesmo antibiótico na mesma situação clínica em que você se encontra e tiveram sucesso. A ideia é que você é um ser humano e deve reagir a um tratamento como outro ser humano. É um dogma até mesmo firmado pela própria medicina o fato de que a mesma droga pode gerar efeitos diferentes em organismos distintos, mas o mais provável é que você reaja a uma droga da mesma forma que seu semelhante, pois, a nível molecular e na disposição de sua estrutura celular, vocês são muito parecidos.
    É claro que a comunidade científica, ou qualquer comunidade, pode se enganar. E é totalmente compreensível que você, como indivíduo racional, tenha suas suspeições a respeito das práticas científicas modernas. O problema é que só ficar de orelha em pé não resolve nada. É necessário que você estude para argumentar e explicar porque sim e porque não. Do contrário, não tente versar sobre ciência.
    Parabéns pelo post, excepcional para um garoto de 12 anos.

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  4. Você escqueceu de mencionar Walter Freeman. Esse malucão "aperfeiçoou" mais uma vez a lobotomia, tanto que essa foto que tu tens aí. Foi de uma cirurgia dele.
    Ela atuava na déc. de 40. Ele veio com essa nova forma de lobotomizar pessoas usando um instrumento afiado, que deveria ser inserido debaixo das pálpebras, atravessando o osso da órbita ocular e destruindo algumas conexões cerebrais.
    Esse sujeito era tão doido que na primeira cirurgia ele deu aquela improvisada e usou um picador de gelo pra fazer o serviço. E é claro... Funcionou "lindamente".
    A cirurgia era tão bizarra que até colegas de profissão passavam mal ao assistir o procedimento.
    Essa gaiatice durou uns 30 anos, e foi usada pra "curar" todo o tipo de moléstias. Desde depressão em donas de casa até hiperatividade em crianças (sim, você leu direito, CRIANÇAS. O paciente mais novo do Dr. Freeman tinha uns 4 anos)
    Até um membro da Família Kennedy entrou nessa. A irmã mais velha de John F. Kennedy tinha problemas mentais, tinha a mente de uma criança.
    Um belo dia a mocinha agiu de forma violenta por algum motivo e a família achou por bem tentar esse novo método milagroso do Dr. Freeman!
    A guria viveu o resto de seus dias como um vegetal.
    Medicina bizarra.

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  5. Muito bom o post.
    Informação e entretenimento simultaneamente.

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  6. Havia também a "compressa com esterco". Era tão comum quanto a sangria.

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  7. MUITO BOM COPIAR TEXTO DO HOJE É UM BOM DIA HEIN?

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  8. Que bom que tá creditado o nome do Izzy Nobre aí né. Oh Wait.

    Original aqui ->http://hbdia.com/wordpress/

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  9. PORRA, ÓTIMO ROUBAR TEXTOS DO IZZY NOBRE NÉ?

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  10. O NOME DO BLOG TEM ESFIRRA MAS A ESPECIALIDADE É KIBE NÉ - http://hbdia.com/wordpress/top-x/top-3-praticas-medicinais-medievais-assustadoras/

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  11. O Cara copiou o Texto do HBD! LOL. Fio, pelo menos coloca os creditos do post.

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  12. Muito bom esse seu texto...Perai,acho que já vi esse texto antes...Ah sim,você kibou esse texto do Kid -> http://hbdia.com/wordpress/top-x/top-3-praticas-medicinais-medievais-assustadoras/

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  13. HAHAAHHAHA, mas que babaca colossal se passando por escritor... Aprende para começarem a te kibar

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  14. Acho que temos um problema! Post kibado do HBD do @izzynobre ! Copiar coisas dos outros é fácil, difícil é ter originalidade!

    O pior caminho a ser seguido por um blog é esse, cria uma má fama danada. Please, não se torne um novo KibeLoco das internets! Não custa criar conteúdo ao invés de copiar! ;)

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  15. que vergonha, copiando na íntegra um texto de outra pessoa e nem faz o favor de passar de onde kibou, que lixo.

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  16. Copiar texto dos outros é fácil, difícil é criar seus próprios.

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  17. Caralho se teu propósito é cegar as pessoas , meus parabéns, poha, impossivel ler tudo com essa cor de fonte e o fundo, (isso é uma critica contrutiva) ñ da pra enxerga quase nada, qnto ao texto excelente

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  18. http://hbdia.com/wordpress/top-x/top-3-praticas-medicinais-medievais-assustadoras/

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  19. Este comentário foi removido pelo autor.

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  20. ok, ok, vamos começar a responder o povo:
    Sim, eu sei que copiei do Hoje é um bom dia como eu falei no parágrafo 1 linha 3, e não fiz isso falando que o texto era meu. Só não pus o link, simplesmente pq ESQUECI! peço desculpas ao dono do Blog do qual esse texto foi tirado, e colocarei seu link assim que terminar este comentário.

    O penúltimo anonimo falou que é quase impossível ler o texto com a cor, e eu tenho que falar que, sinto muito, mas essa é a mais visível que tem.

    Expliquei no primeiro parágrafo que o texto não era meu, apenas copiei para que atingisse um público maior (não que meu blog tenha um público maior que o Hoje é um Bom Dia)

    E ultimamente não tenho tido muito tempo para criar meus próprios textos, então, para que o blog não fique simplesmente abandonado, o que eu acho de interessante na net eu to postando aqui.

    Agora, se você não teve nem coragem de ler o 1 parágrafo e não vai ler as minhas explicações, eu desconsiderarei quaisquer críticas sobre eu ter "kibado" o Hoje é um Bom Dia.

    Ah, só uma ultima coisa: Sou uma GAROTA ta bom? Ou vocês realmente acham que um homem criaria um Blog chamado Bibi's Sffirra (Ainda mais escrito desse jeito)?

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